Enganados quanto s condies de vida aqui nesta Mrica, no poucos sucumbiram j na prpria travessia, feita em viagem de quase um ms enfiados em pores apertados e imundos de navios cargueiros, como verdadeira "carga humana" destinada a substituir na lavoura os escravos negros recm libertados.

Essa massa de infelizes foi, assim, rejeitada pelos polticos que conduziam os destinos da Itlia unificada; lanada ao esquecimento, foi abandonada prpria sorte.

O tempo ou, os sobreviventes aqui se multiplicaram e a grande maioria conseguiu enfrentar as dificuldades e o preconceito e, mantendo-se fiel s origens, transmitir aos descendentes, pelo critrio do sangue ("ius sanguinis"), o direito cidadania italiana.

Hoje, no entanto, mais uma vez pela via transversa da proposital burocracia, a Ptria Itlia sonega a todos ns, talo-brasileiros, o orgulho de exercer esse legtimo direito.

Mais uma vez os polticos responsveis pelos destinos da "Bota", agora uma estrela de importante grandeza na Comunidade Europia, fazem-na rejeitar seus filhos, dando continuidade interminvel saga dos imigrantes excludos do exerccio do direito cidadania. Isto porque, conforme matria copiada abaixo, pouqussima gente que est na lista de espera dos Consulados da Itlia no Brasil conseguir ver reconhecido seu direito: a previso de prazo para atendimento em So Paulo, por exemplo, de 55 anos, o que na prtica, tendo em conta a brevidade da vida humana, importa em negar o prprio direito retirando-lhe a efetividade.

No obstante um tal absurdo, no obstante uma tal enormidade em termos de descaso especificamente endereado a ns, talo-brasileiros, em 26 de maro prximo ado o Sr. Romano Prodi, Primeiro Ministro do governo italiano, aterrisou em So Paulo, e no dia 27 foi a Braslia encontrar-se com o presidente Lula, tudo com pompa e circunstncia.

No podemos receber bem, muito menos presentear, um poltico que veio ao Brasil apenas para tratar de interesses de grandes grupos italianos na explorao do "mercado Brasil".
No podemos dar sequer boas-vindas a um poltico que continua nos rejeitando como talo-brasileiros, que nos sonega o direito constitucional ao reconhecimento de nossa cidadania italiana.

Por favor, prezado visitante, veja as matrias abaixo e saiba que o Senador Edoardo Pollastri, candidato a representar nossos interesses porque era radicado em So Paulo, assim que eleito ou a cortejar apenas os demais pases da Amrica Latina, especialmente a Argentina, para o qual se mostra sensvel aos mnimos reclamos. Esqueceu-se de ns, voltou-nos as costas porque a ele tambm s interessa "quanto" os grandes investidores italianos podero lucrar nesta "Pindorama", infelizmente por ora subjugada ao inescrupuloso projeto petista de "trs dcadas no poder".

Saiba tambm, caro visitante, que os Conselheiros do CGIE e todos os demais eleitos para nos representar, com honrosas excees, pouco fazem para mostrar ao Governo a real situao dos Consulados italianos aqui no Brasil, e menos ainda para exigir - pelo menos - tratamento igualitrio a outros pases, como a Argentina, que conseguiu h quase uma dcada uma fora tarefa para agilizar o processo de reconhecimento da cidadania dos talo-argentinos

Somos, aos olhos da Itlia, cidados de segunda categoria, exatamente como nossos pobres, maltratados e esquecidos avs, bisavs e trisavs que a Itlia para c tangeu em situao de extrema penria.
Assim, at em honra memria deles, ao sacrifcio que fizeram e coragem que demonstraram, sobretudo para se manterem italianos no obstante os duros tempos da 2a. guerrra mundial, preciso dar um basta a esses polticos interesseiros e insensveis!
Precisamos urgentemente aprender a exigir o cumprimento de nossos direitos, sem medo, sem vassalagem, sem entreguismo, sem dupla face, e principalmente sem segundas intenes!
Qualquer apoio a esta idia ser muito bem vindo e poder ser veculado neste

Lembre-se de que se no protestarmos com a necessria veemncia que a situao impe no poderemos exercer nosso direito ao reconhecimento da cidadania italiana, que nos est sendo vergonhosamente suprimido.

Lea Beraldo
So Paulo - SP

San Paolo (SP)/Brasile, 18 maggio 2007

Anche noi siamo italiani

Egregio Vice Ministro,

Siamo discendenti di italiani emigrati in Brasile tra la fine del 1800 e gli inizi del 1900 - periodo conosciuto come La grande emigrazione, un episodio della storia purtroppo poco conosciuto dai nostri connazionali in Italia. Importante sottolineare che noi discendenti di quelli emigranti italiani ancora ci sentiamo orgogliosi dei nostri avi perch hanno avuto la forza ed il coraggio, propri del popolo italiano, per attraversare lOceano alla ricerca di una esistenza pi dignitosa per se stessi e la loro famiglia, ai quali la Patria Italia non aveva allora condizioni da offrire.

Per noi, questo fu un gesto eroico. Quelli italiani non abbandonarono la loro Patria, invece la portarono con s, nelle loro vene, nelle loro braccia, nelle loro mani abituate al lavoro pesante, ma principalmente nel loro cuore.

Questo sentimento di italianit che non hanno mai perduto, ci stato trasmesso per ereditariet genetica ma anche per la convivenza con i nostri padri, nonni e bisnonni fino alla seconda, terza oppure quarta generazione. Questo il nostro stretto legame con lItalia. A causa di questo sentimento di italianit possiamo dire con orgoglio che anche noi siamo italiani!

Siamo italiani anche perch questo ci assicura la legge n.91, 5 febbraio 1992, per diritto di sangue.

Quando i nostri nonni e bisnonni arrivarono in terra straniera non avevano paura del lavoro, sempre affrontato com audacia, forza di volont e speranza, con il desiderio di ritornare un giorno al proprio paese. Nonostante limmensa nostalgia che sentivano per il ricordo dalla Patria, quegli uomini e donne si integrarono a questo Paese in cui noi siamo nati e ora viviamo, lo stesso Paese che i nostri antenati aiutarono a costruire, creando nuclei di una decina di case, coloni, villaggi, dopo diventati citt. Piccoli e grandi citt. Difo la cultura italiana e le sue tecniche e metodologie di lavoro tra la popolazione locale.

Ormai siamo avvocati, medici, ingegneri, professori, operai, impiegati, imprenditori, industriali, politici, scrittori, amministratori pubblici o privati, ministri del governo, giuristi ed ogni sorta di professionisti perfettamente integrati alla societ brasiliana. Non abbiamo voglia, neanche necessit di andare in folla in Italia per usurpare posti di lavoro ai nostri connazionali. Non abbiamo intenzione di richiedere i benefici dalla previdenza sociale italiana alla quale non abbiamo mai contribuito.

Quello che desideramo con la forza del nostro sangue e con perseveranza e determinazione proprio quello che ci assicura la legge italiana: il riconoscimento della nostra cittadinanza! E questo la burocrazia oppure la diplomazia italiana ci sta negando.

Vogliamo avere il piacere di andare in Italia orgogliosi di essere italiani pieni della nostra capacit giuridica, senza necessit di richiedere il permesso di soggiorno per restare in Italia o di entrare nella fila dalla questura per lo stesso motivo. Potere andare in Italia semplicemente per ricostruire la storia delle nostre famiglie, anche per vedere personalmente il luogo dove nacquero i nostri antenati. Da tempo stiamo nella fila di attesa dei consolati.

Siamo stanchi di aspettare per tanti e tanti anni che le promesse, rinnovate ogni volta nel cambiamento di governo, divengano realt.

Siamo stanchi di assistere centinaia di persone dormendo sul marciapiede di fronte al Consolato a San Paolo per consegnare la loro richiesta o per chiedere informazioni sul loro processo di riconoscimento della cittadinanza.

Siamo veramente stanchi di vedere consolati, come quello a Curitiba che mantiene le porte chiuse fin dal 2005, non permettendo cos la consegna di nuove richieste.

Siamo stanchi di pensare che dobbiamo aspettare ancora tra i venti e i trentanni per essere convocati dal Consolato per il conferimento della nostra documentazione, come purtroppo accaduto in alcuni consolati. Ci ci fa pensare che il riconoscimento della nostra cittadinanza pu ottenersi soltanto post mortem.

Dunque, Signor Vice Ministro, pur sapendo che noi siamo una comunit di pi di 28 milioni di oriundi, ci sentiamo di rappresentare una forza e una fonte di risorse a disposizione dell Italia. In questo modo, chiediamo cortesemente il Suo intervento presso gli organismi governativi competenti in materia di cittadinanza, al fine di trovare una soluzione urgente e concreta al problema della lunga fila di attesa per il riconoscimento della cittadinanza nei consolati italiani in Brasile, forse 500 mila persone nell intero Paese.

Vogliamo gradire l'espressione della nostra stima

So Paulo, 18 de maio de 2007

Ns tambm somos italianos

Ilustre Senhor Vice-Ministro,

Somos descendentes de italianos emigrados para o Brasil entre o final de 1800 e o incio de 1900 perodo conhecido como A grande emigrao, um episdio da histria que infelizmente pouco conhecido pelos nossos concidados da Itlia. importante ressaltar que ns, descendentes daqueles emigrantes italianos, ainda nos sentimos orgulhosos de nossos anteados porque tiveram a fora e a coragem, prprias do povo italiano, para atravessar o oceano em busca de uma existncia mais digna para si mesmos e para a sua famlia, que a Ptria Italiana ainda no tinha condies de lhes oferecer.

Para ns, este foi um gesto herico. Aqueles italianos no abandonaram a sua Ptria, ao contrrio, trouxeram-na com eles, em suas veias, em seus braos, em suas mos habituadas ao trabalho pesado, mas principalmente em seu corao.

Este sentimento de italianidade nunca perdido por eles, nos foi transmitido por hereditariedade gentica, mas tambm pela convivncia com nossos pais, avs e bisavs at a segunda, terceira e mesmo quarta gerao. Isto representa a estreita ligao que temos com a Itlia. Por causa desse sentimento de italianidade podemos dizer com orgulho que ns tambm somos italianos!

Somos tambm italianos porque isto o que nos assegura a lei n. 91 de 5 de fevereiro de 1992, por direito de sangue.

Quando nossos avs e bisavs aqui chegaram no tiveram medo do trabalho, sempre o afrontaram com coragem, fora de vontade e esperana, movidos pelo desejo de um dia retornarem ao seu prprio Pas.Porm, no obstante a imensa saudade que sentiam pela Ptria de origem, aqueles homens e mulheres se integraram no Pas em que ns nascemos e agora ainda vivemos, o mesmo Pas que nossos anteados ajudaram a construir criando pequenos ncleos habitacionais, colnias, vilas, depois transformados em cidades pequenas e grandes cidades difundindo a cultura italiana, suas tcnicas e metodologias de trabalho entre a populao local.

Atualmente somos advogados, mdicos, engenheiros, professores, operrios, empregados, empresrios, industriais, polticos, escritores, es pblicos e privados, ministros de Estado, juristas e todo tipo de profissionais, perfeitamente integrados na sociedade brasileira. No queremos e nem temos necessidade de invadir a Itlia, como uma multido, para usurpar postos de trabalho de nossos concidados. No pretendemos reclamar benefcios de sua previdncia social, para os quais nunca contribumos.

Aquilo que desejamos com a fora de nosso sangue, com perseverana e determinao exatamente o que nos assegura a lei italiana: o reconhecimento de nossa cidadania! E isto a burocracia ou talvez a diplomacia italiana est nos negando.

Queremos ter o prazer de viajar para a Itlia orgulhosos de poder nos sentir italianos com plena capacidade jurdica, sem necessidade de requerer o permesso di soggiorno para ali permanecer ou de entrar na fila da questura pelo mesmo motivo. Poder ir Itlia simplesmente para reconstruir a histria de nossas famlias e para conhecer pessoalmente a pequena cidade onde nasceram nossos anteados.

Estamos na fila de espera dos consulados h muito tempo. Estamos cansados de esperar, por tantos e tantos anos, que as promessas renovadas a cada mudana de governo se transformem em realidade.

Estamos cansados de ver centenas de pessoas dormindo na calada diante do Consulado de So Paulo para entregar o seu requerimento ou para pedir informaes sobre o seu processo de reconhecimento da cidadania.

Estamos realmente cansados de ver consulados, como o de Curitiba, com as portas fechadas desde 2005, impedindo a entrega de novos requerimentos.

Estamos cansados tambm de pensar que teremos ainda de esperar mais vinte ou trinta anos para sermos convocados pelos consulados para a conferncia da nossa documentao. Isto nos faz pensar que o reconhecimento de nossa cidadania s se far post mortem.

Por isso Senhor Vice-Ministro, por saber que representamos uma comunidade de mais de 28 milhes de oriundi, temos conscincia de que somos uma fora e uma fonte de recursos disposio da Itlia. Desse modo, encarecemos a Vossa Senhoria que interceda em nosso favor perante os rgos governamentais competentes em matria de cidadania para que se encontre uma soluo urgente e concreta para o problema representado pela longa fila de espera para o reconhecimento da cidadania nos consulados italianos no Brasil, atualmente em torno de 500 mil pessoas em todo o Brasil.

Com a mais alta estima e considerao

CURITIBA PR - No perder tempo com a retrica da imigrao talo-brasileira foi o conselho dado ao primeiro ministro do governo italiano, Romano Prodi, no dia em que ele chegava ao Brasil. Corriere della Sera em mos, j cedo Fbio Porta esperava uma oportunidade para protestar contra o editorial do jornal, assinado pelo ex-embaixador Sergio Romano. noite, no Crculo Italiano de So Paulo, entregou pessoalmente a Prodi a carta que havia redigido ao editorialista e que j circulava nas agncias de notcia italianas. Caiu minha ficha, disse Porta depois. Comecei a compreender que as muitas dificuldades colocadas ao reconhecimento da cidadania italiana ius sanguinis talvez sejam mais de ordem cultural que real. Casado e residente no Brasil, o socilogo Porta, formado pela Universidade La Sapienza de Roma, afirma nesta entrevista ao editor de Insieme que a Itlia est beira da inconstitucionalidade ao negar, na prtica, direitos assegurados no papel. Para ele, o inchamento de nmeros outra evidncia da falta de vontade poltica. Ele analisa este e outros candentes temas de grande interesse para os talo-brasileiros e advoga a eleio direta para a escolha dos membros do CGIE - Conselho Geral dos Italianos no Exterior. Dos parlamentares eleitos na Amrica do Sul, como eleitor, ele pergunta: Onde esto?

Que avaliao faz da recente visita de Prodi ao Brasil?

Na poltica, tambm os gestos tm valor, e o fato de que a primeira visita de Prodi fora da Europa tenha sido feita ao Brasil e a So Paulo, uma das grandes capitais italianas no exterior foi um sinal importante, que no podia ar despercebido. Me pareceu um Prodi menos tenso do que de costume, convencido e feliz de sua presena no Brasil. Em todos os seus encontros envidenciou a forte correspondncia entre a presena italiana e as perspectivas polticas e comerciais de integrao entre os dois pases.

Quais so as perspectivas polticas e econmicas mais evidentes? Refere-se tambm ao projeto energtico?

Sem dvida, as perspectivas mais interessantes so aquelas que derivam da expanso do mercado mundial de biodiesel, onde o Brasil j o lder. Logo aps a visita de Prodi, visitei com alguns conselheiros do Comites de So Paulo a fbrica Dedini, em Piracicaba, a maior empresa de tecnologia de base e de ponta do setor; o presidente, Mario Dedini, nos mostrou o extraordinrio cenrio para o Brasil nos prximos anos, e a Dedini parceiro de empresas italianas: um dos claros exemplos de como a presena italiana pode ser tambm til e estratgica quando se fala das relaes comerciais entre os dois pases.

Bem no dia em que chegava ao Brasil, Prodi foi aconselhado a deixar de lado as reivindicaes da comunidade talo-brasileira sob a alegao de que elas atrapalham as relaes entre os dois pases. O Senhor discordou de pronto, e por escrito. Por qual motivo e o que lhe disse Prodi a respeito?

Sou um leitor atento do Corriere della Sera, alis, h algum tempo tambm ajudei a empresa responsvel pela distribuio no Brasil a sair de uma perigosa crise que nos teria privado da leitura diria do jornal aqui em SP (que junto com Buenos Aires tem este pequeno privilgio...). Tambm por isso senti-me pessoalmente ofendido ao ler o editorial assinado por Sergio Romano no dia da chegada de Prodi ao Brasil. No artigo convidava-se Prodi a no perder tempo com a retrica da emigrao representada pela comunidade italiana no Brasil, e a ar aos fatos, isto , aos negcios... Nem todos sabem que Sergio Romano foi um importante embaixador italiano no exterior e que poucos dias antes daquele editorial esteve exatamente no Brasil. Quero dizer que a minha indignao se devia exatamente ao fato que uma pessoa que conhece bem o peso e o valor da comunidade italiana no exterior, e particularmente no Brasil, no poderia jamais escrever tamanho absurdo!. Escrevi uma carta a Sergio Romano e a entreguei a Prodi, que cumprimentou-me dizendo que eu tinha sido bondoso demais...

Sem fazer o papel de Maria ofendida, sendo o colunista algum assim to ligado diplomacia ou burocracia italiana, no houve a uma clara e grave ofensa comunidade talo-brasileira?

Creio que sim, e no a primeira vez que o Corriere, exatamente atravs da da Sergio Romano, ofende os italianos no exterior: j o tinha feito durante a campanha eleitoral, com um pssimo artigo cheio de esteretipos sobre os italianos da Argentina; tambm ento respondi com uma dura crtica. Infelizmente em ambas as oportunidades o jornal no teve a educao e o bom senso de publicar a minha carta. Por sorte, caro Peron, nem todos os diplomatas pensam como ele; veja o que escreve Ludovico Incisa di Camerana (outro conhecido ex-embaixador) no prefcio de seu livro O Grande xodo , dedicado emigrao: Na rea diplomtica procura-se antepor uma separao formal a uma identificao plena com os concidados, donde este ambguo entendimento que inevitavelmente comporta excees com o nascimento de relaes de amizade frequentemente no correspondidos a nvel oficial (...) No quero justificar-me - conclui o diplomata - mas reconheo que existe um dbito moral que procuro saldar relativamente outra Itlia. Eis a uma posio diversa, respeitosa e autocrtica, e no ofensiva e esnobe como aquela de Romano.

sabido que a busca pelo reconhecimento da cidadania italiana iure sanguinis (uma grande janela para o renascimento de uma italianidade sufocada em outros tempos) constitui-se na principal reivindicao da comunidade talo-brasileira. Por qual motivo, a seu ver, esta reivindicao no est sendo atendida a contento?

Todos os brasileiros conhecem uma expresso muito simptica que caiu a ficha: Quando li o artigo de Romano no Corriere caiu a minha ficha, ou seja, comecei a compreender que as tantas dificuldades colocadas ao reconhecimento da cidadania ius sanguinis talvez so mais de carter cultural que real. De outra forma no teria sentido a progressiva reduo do pessoal consular destinado ao setor, a obstinada averso a qualquer tentativa de terceirizar parte do servio, a no das convenes com os patronatos, o silncio sobre a proposta de uma fora tarefa, o injustificado e inconstitucional fechamento de alguns consulados...

Consulados como o de Curitiba esto fechados a novos pedidos de cidadania desde 2005. No lhe parece que ao arrepio da lei cada cnsul est fazendo um pouco o que bem quer, dependendo da corrente com a qual melhor se afina?

o que acabei de dizer: estamos beira da inconstitucionalidade, impedir um cidado de poder gozar de um direito, isto verdadeiramente grave. E mais grave de tudo a possibilidade que existam diferenas entre consulados, isto mesmo inaceitvel, alm de incompreensvel. E a coisa mais grave que o fechamento do consulado de Curitiba foi feita pelo antecessor do atual cnsul que, se no me engano, tem hoje um papel importante de coordenao da nossa rede consular em todo o mundo.

Pela legislao em vigor, todo descendente de italiano, italiano . O reconhecimento apenas, como a certido de nascimento, um ato burocrtico. Que devem fazer os que no conseguem a certido ou so impedidos at de solicit-la? Alm do poltico, mais natural, h remdio jurdico para isso?

Falo como representante eleito da comunidade italiana (Porta Vice-presidente do Comites de SP, NdR): ser cidado quer dizer responder a um conjunto de direitos e deveres; do mesmo modo que o Estado deve exigir o respeito aos deveres obrigado a garantir o pleno exerccio dos direitos. esta a questo! No existem direitos por tempo indeterminado ou, pior ainda, conforme critrio de um cnsul . No quero fazer demagogia nem terrorismo, mas simplesmente repito: no srio continuar assim, sem ter a coragem de enfrentar a situao nem de uma forma nem de outra. Com a conseqncia de diminuir toda a discusso sobre os italianos no exterior, sobretudo no Brasil, ao assunto da cidadania. Preferiria falar de cursos de lngua, bolsas de estudo, estgios e treinamentos na Itlia, promoo da cultura e dos intercmbios universitrios, intensificao das t-venture entre jovens empresrios italianos e sul-americanos... Por isso me incomodo quando se fala de cidadania, porque no se resolve o problema e no se consegue enfrentar as grandes questes ligadas presena de ns, italianos no exterior.

Os consulados reclamam que no tm estrutura, mas de forma geral no aceitam a colaborao dos patronatos ou da comunidade. E quando aceitam, como na questo dos trentinos em Curitiba (na verdade, uma rara exceo), os processos, s centenas ou milhares, ficam dormindo nas gavetas de Roma. Que dizer disso?

Quando digo que se trata de um problema cultural quero dizer exatamente isto; h uma certa resistncia em itir que existem solues e que frequentemente o problema falta de recursos apenas uma desculpa para no estud-las e experiment-las. Trata-se, tambm, de um certo modo de entender da diplomacia e, portanto, da rede consular: para alguns (como Romano), os diplomatas devem ocupar-se dos grandes sistemas (a assim chamada alta diplomacia) e no dos problemas concretos como aqueles da comunidade italiana na Amrica do Sul. Vejo que tambm entre os nossos cnsules existem alguns mais propensos a encontrar solues neste sentido e outros menos; para alguns deles no existe um problema insolvel, mas apenas uma vontade poltica por definir.

Enquanto transita no Parlamento projeto de lei abrindo para o reconhecimento da cidadania italiana tambm pelo lado materno (antes de 1948), outros, como o senador Edoardo Pollastri, temem que se chegue a Ado e Eva. Que pensa a respeito?

Creio que o senador Pollastri no tenha sido feliz em sua expresso, e que quisesse simplesmente dizer que precisaria dar tempos certos para a realizao dos processos de cidadania, talvez colocando algum entrave na reconstruo da cidadania. Uma viso pragmtica, de empresrio, como Polastri . O problema so os nmeros que so apresentados a cada dia, nmeros grandes (498 mil requerimentos no atendidos no Brasil) mas que frequentemente so aumentados de propsito exatamente por quem pretende eliminar para sempre a cidadania ius sanguinis, coisa que juristas e constitucionalistas entendem como impossvel. Eu convidaria a todos, ento, e em primeiro lugar o senador Pollastri e a deputada Bafile - ambos do Ulivo - a serem verdadeiramente pragmticos, defendendo seriamente a proposta j realizada da fora tarefa para a eliminao da chamada fila e definindo critrios eficientes e rpidos para os novos requerimentos, recorrendo, se for o caso, s convenes com os patronatos e terceirizao de parte do servio, incluindo uma pequena participao econmica dos interessados.

Como explica as ltimas medidas tomadas pelo governo italiano no campo que interfere com o reconhecimento da cidadania (visto, residncia, etc.)? Concorda com os que advogam uma lei mais restritiva?

Sou o primeiro a afirmar que a corrida cidadania na Itlia (dos que vo para a Itlia para obter o reconhecimento do direito - NR) deva ser bloqueada, desencorajada e desincentivada; isto, no entanto, diante de uma ao sria pela soluo dos processos de cidadania, sobretudo no Brasil e na Argentina. Fechar aqui e na Itlia teria como conseqncia o recrudescimento de fenmenos de corrupo e incentivaria subterfgios e irregularidades, que precisamos evitar e condenar. Por isto volto a dizer aos nossos polticos e governantes: tenham a coragem de realizar escolhas, porque tudo pode ser feito, exceto deixar a situao como est. A Itlia um grande e srio Pas e no pode permitir-se o luxo dessa imagem, nem de iludir ningum com um direito garantido no papel mas que nagado de fato.

Esse direito de sangue nos vem desde os romanos? E no uma das pedras fundamentais da grandeza dessa Itlia fora da Itlia?

Disseste-o bem, tanto que a cidadania ius sanguinis tem raizes exatamente no direito romano, de que ns italianos nos orgulhamos. Sabe onde tinha nascido o grande imperador Adriano? Na Espanha, mas ainda hoje lembrado como um dos grandes imperadores romanos... Sim, sei, tambm eu sou nascido na Itlia e frequentemente ouo dizer: No podemos colocar no mesmo nvel quem, como ns, nasceu na Itlia e os bisnetos de um italiano que nasceram no Brasil ou na Argentina... O problema porm no este; a verdadeira dificuldade no ver a condio de duplo cidado como um valor agregado, um patrimnio nico para a Itlia, que se adequadamente valorizado e organizado pode constituir um formidvel instrumento de desenvolvimento cultural, econmico e social para o nosso Pas. Quero ser sincero e no esconder o fato que existem pessoas procura de um aporte europeu mais que de uma verdadeira cidadania italiana; mas ento, se este o problema, estudemos e avaliemos seriamente as formas (que existem) para desencorajar este tipo de procura oportunstica e ajudar aquela, digamos assim, legtima. Argumento que, paradoxalmente, o atual sistema acaba por ajudar o prprio mercado dos aportes contra o qual precisamos nos mobilizar.

Como avalia o desempenho at aqui visvel da representao parlamentar da Amrica do Sul perante o Parlamento italiano?

Talvez sou a ltima pessoa que deveria falar neste sentido. Sou o primeiro dos no eleitos na chapa da Unione Cmara dos Deputados pela Circunscrio Amrica do Sul e creio que a avaliao dos deputados eleitos deveria ser feita pelos eleitores, isto , pelos milhares de italianos que votaram na Amrica do Sul. Estou consciente de que foi a primeira vez para todos e que no fcil responder num ano s expectativas criadas no curso de decnios... Mas como eleitor eu esperava mais determinao, sobretudo sobre a situao da rede consular sul-americana, que se constitui no ponto crucial de todos os servios oferecidos comunidade (estudo, trabalho, assistncia...). Porque no assumir, por exemplo, que 6 (seis!) consulados gerais no Brasil pouco e que 8 (oito!) na Sua talvez so mais que suficiente.... apenas um exemplo, mas continua a ser o mais importante. Outra reivindicao de eleitor aos parlamentares eleitos: visitem mais vossas comunidades, vossos eleitores! Infelizmente o delicado equilbrio no Senado no deixa a meu amigo senador Pollastri uma tal liberdade de movimentos que lhe permita viajar pelo Brasil ou pela Amrica do Sul, mas os outros? Onde esto?

Na sua opinio, o que deve mudar nos Comites? O CGIE deve continuar existindo?

A presena dos parlamentares eleitos no exterior mudou radicalmente o papel desses rgos que, se no forem reformulados logo, correm o risco de tornarem-se obsoletos, ou seja, velhos e inteis. O Comites deve tornar-se a verdadeira Cmara de Vereadores dos italianos no exterior, mas para isto deve ter recursos adequados e estabelecer uma relao real e direta com as exigncias da comunidade; tambm aqui vejo de um lado Comites ativos e propositivos (permitam-se citar aquele de So Paulo, e dizer que a presidente Rita Blasioli sabe trabalhar em equipe e com abnegao em defesa de nossa comunidade, utilizando no apenas o Conselho mas tambm as comisses de trabalho e as numerosas visitas ao interior...); vejo ao contrrio outros Comites adormecidos e distantes da comunidade. Para o CGIE o discurso ainda mais srio e a reforma mais urgente; sou a favor das eleies diretas dos conselheiros do CGIE, de uma reduo do nmero dos conselheiros e de uma importncia maior s reunies continentais, s quais os presidentes dos Comites deveriam sempre ser convidados.

Concorda com a tese segundo a qual se a eleio para o CGIE no for direta, melhor que o rgo seja fechado? Que dizer tambm do grande nmero de binicos - isto , indicados pelo governo?

No creio que o CGIE deva ser extinto, pelo contrrio, deveria ser reformado exatamente em funo da presena dos 18 parlamentares eleitos no exterior. O CGIE deveria ser o lugar para onde as propostas e reivindicaes da comunidade italiana no exterior seriam canalizadas e traduzidas em propostas concretas, tambm de carter legislativo, destinadas avaliao do Parlamento; claro, porm, menos gongrico e mais concreto: ou seja, menos discursos e mais propostas operacionais. H quem defenda que o voto direto reduz o peso dos Comites, opinio compreensvel, mas de quem nunca participou de uma assemblia de eleio do CGIE, onde os acordos acontecem nos quartos de hotel s 4 horas da manh e no no confronto de idias entre Comites e Associaes. Quanto aos binicos, eu seria favorvel a uma reduo do nmero, mas no de supresso total, uma vez que representam a necessria ligao com rgos histricos da imigrao italiana no mundo, que tiveram e continuam a ter um papel importante e til para o aumento do poder de representao da Itlia fora da Itlia.

A idia da Itlia me, de v-la, conhec-la, toc-la, na forma de um aporte ou um certificado de cidadania, enfim, t-la como me e protetora espiritual, ser reconhecido como filho ou poder dizer: eu sobrevivi, carrego teu sangue nas veias, pronuncio palavras do teu idioma que guardo em meu corao como um cdigo secreto para que identifiques o teu filho que tem saudade. Esta idia, este desejo representa ainda, ou cada vez mais, uma longa e tumultuada espera. Temos saudade da nossa prpria histria, dos ancestrais cujo rosto no conhecemos, mas o DNA no nosso sangue nos registra italianos.

No subconsciente guardamos a imagem da me que chora ao ver o filho partir e nunca mais voltar. Mes que morreram na Itlia chamando os filhos pelo nome. A elas restou-lhes o consolo de saber que pelo menos um nome eles trouxeram consigo, j que a maioria era analfabeto, muitas vezes sem documentos, obrigados a viajar clandestinamente. A idia de retornar ao pas de origem, ou ser reconhecido como cidado italiano, permanece como um sonho que representa o resgate das perdas, dos sofrimentos e do afastamento brutal da ptria me.

Parecemos rvores podadas, na memria falta um pedao, herdamos um vazio nostlgico, um misto de dor e curiosidade: herdamos a misso de resgatar a memria de uma histria que no foi escrita e nem reconhecida, mas que para ns foi dita, por isso bendita. Porm hoje, quando este descendente procura o reconhecimento de sua cidadania depara com dificuldades e barreiras maiores do que o oceano que jogou seus ancestrais aqui: Buttarsi al mare, per vivere o morrire. Esta foi a alternativa de nossos anteados. O sentimento de abandono e o esquecimento continua quando constatamos que nas atuais leis de imigrao, o imigrante italiano tratado como se fosse um estrangeiro qualquer.

A Itlia no reconhece a diferena porque esqueceu do sangue e da histria de seus filhos, ou seja, no ensinou nas escolas o que foi a emigrao de milhares de italianos obrigados a fugir da fome. Os que emigraram foram considerados mortos pelo poder pblico, e talvez hoje representam um estorvo, algo que d trabalho, um filho bastardo. Exatamente como faz uma me madrasta.

Deveramos fazer uma pesquisa para descobrir o percentual da populao italiana atual, inclusive polticos, que conhecem realmente a histria dos irmos emigrados. Muitas vezes nos vemos obrigados a itir que somos descendentes de bastardos porque, se o bisav era clandestino, se morreu analfabeto e o registro de bito no informa sua origem, como saber se ele veio do Norte, do Sul? Do centro da Itlia? Qual a data e local de nascimento? Como saber da nossa origem nestes casos? Peregrinamos de um lado para outro e nos deparamos com a me madrasta, coroada de brilhantes burocrticos. Mesmo com a facilidade dos meios de comunicao que temos hoje em dia, os municpios italianos nunca se prontificaram a amenizar esta Via-Sacra. Existem vrias maneiras de faz-lo.

O apego s tradies mantem vivo o elo com a Itlia trazida pelos imigrantes italianosOs consulados italianos pelo mundo afora so os que mais tm acmulo de trabalho. Faltam funcionrios, o governo italiano no percebe a importncia deste trabalho, no entende que os descendentes, acima de tudo, procuram o elo perdido com sua prpria identidade; a busca sagrada da auto-estima. A grande maioria deles busca o direito de saber que tem origem, que ficou plantada na Itlia uma raiz sentimental que lhes pertence.

So poucos os descendentes interessados em trabalhar ou estudar na Itlia, a grande maioria deseja voltar no tempo, curar as feridas que ficaram abertas. Queremos consolar o pranto das mes que ficaram l na Itlia e ainda choram em nossas mentes. Precisamos cantar e contar esta histria aos nossos descendentes. E que eles tenham orgulho da me ptria, mesmo que ela seja um pouco madrasta.

Por Neiva Zanatta - Professora e tradutora de italiano.
[email protected]
Artigo publicado tambm no ORIUNDI.NET 25/05/2007

Lidea dItalia madre, di vederla, conoscerla, tocarla, attraverso un aporte o un certificato di cittadinanza, finalmente averla come madre spirituale, essere riconosciuto come figlio o essere in grado di dire: sono soppravissuto, porto tuo sangue nelle mie vene, pronuncio parolle del tuo idioma nascoste nel mio cuore come se fossero un codigo segretto in modo che puoi identificarmi come tuo figlio che ha nostalgia dei suoi. Questa idea, questo desiderio rappresenta ancora, o sempre di pi, una lunga e tumultuosa attesa. Abbiamo nostalgia della nostra propria storia, dei nostri ancestrali, di cui, la faccia non la conosciamo, ma il DNA nel nostro sangue ci registra italiani.

Nel subcoscente portiamo limagine della madre che piange mentre il figlio parte e non ritorna mai pi. Madri che sono morte chiamando i loro figli per suo nome. A queste mamme rimasto il consolo di sapere che almeno un nome avevano nella partenza, e che questo nome si sono portati insieme, visto che la magioranza era analfabeto, alcuni senza documenti, costretti a viaggiare come clandestini. Lidea di tornare al paese di origine, o essere riconosciuto come un cittadino italiano, rimane come un sogno che rappresenta il riscatto delle perdite, delle sofferenze e del afastamento brutale dalla patria madre.

Siamo come alberi tagliati, nella memria manca un pezzo, abbiamo ereditato un vuoto nostalgico, un misto di dollori e curiosit: abbiamo ereditato la missione di riscattare la memoria duna storia che non stata scritta , ma che a noi stata raccontata, per ci cosiderata benedetta. Per oggi, quando i discendente cercano il riconoscimento della loro cittadinanza si sbbatono contro difficult e barriere maggiori che lceano che gli hanno buttato qui: Buttarsi al mare , per vivere o morire.Quest stata lalternativa dei nostri antenati. Il sentimento dabbandono e la dimenticanza continua quando ci accorgiamo che nelle attuali leggi dimmigrazione, l emmigrato italiano trattato come se fosse un straniero qualsiase.

Forse lItlia non riconosce la differenza perch si dimenticata del sangue e della storia dei suoi figli , o sia, non ha insegnato nelle scuole cosa fu lemmigrazione di migliaglia ditaliani costtretti a fuggre della fame. Ci sembra che i emmigrati furono considerati morti dal potere pubblico italiano. Magari oggi siamo un disturbo, algo che crea tanto lavoro, come se fossimo dei figli bastardi. Esatamente come fa una madre madrasta.

Sarebbe interessante fare una ricerca per scoprire il percentuale della popolazione italiana atuale, inclusive politici, che realmente conoscono la storia dei fratelli emmigrati. Tante volte ci obbliguiamo a ammetere che siamo discendenti di bastardi perch, se mio bisnonno arrivato in Brasile clandestino, se morto analfabeto ed il registro di bito non informa lorigine, come sapere se lui venuto del nord, del sud ? Del centro dItlia? Qualle sarebbe il luogo e data della nascita? Come scoprre la nostra origine in questi casi? Peregriniamo dun lato alaltro ed inciampiamo con la madre madrasta, coronata con brillanti burocratici. Nonostante le facilit dei mezzi di comunicazione che abbiamo nei giorni doggi, i comuni italiani non si sono mai prestati a rendere amena questa Via-Sacra. Esistono varie modi di farlo.

I consolati italiani in tutto il mondo sono affolati, soffrono unaccumulo di lavoro. Mancano funzionari, il governo italiano non percebisce limportanza di questo lavoro, non capisce che i discendenti, pi che altro, stano cercando il legame perso della propria identit; la ricerca sacra dellautostima. La maggioranza di loro desidera sapere che ha unorigine, che in Italia rimasta sotto terra una radice sentimentale che a loro appartiene.

Sono pochi i discendenti interessati in lavorare o studiare in Italia, la grande maggioranza desidera tornare nel tempo, curare le ferite che sono rimaste apperte. Vogliono confortare il pranto delle mamme che sono rimaste in Italia ed ancora piangono nelle nostre menti.

Vogliamo cantare e raccontare questa storia agli nostri discendenti. E che loro abbiano orgoglio della madre patria, anche se sia un p madrasta.

Neiva Zanatta insegnante e traduttrice ditaliano.
[email protected]
Artigo publicado tambm no ORIUNDI.NET 25/05/2007

Recife - "Sono figlio di siciliani stabilitisi a Recife negli anni 50. Allora sono brasiliano e italiano, italiano e brasiliano. Sono ingegnere e imprenditore. Sono sposato con una siciliana, Stella Fregapane, nata a Cattolica Eraclea, dove sono pure nati i miei. Stella venuta a Recife come turista in visita ai parenti e cos ci siamo conosciuti. Abbiamo tre figli gi cresciuti e tutti perfettamente integrati alla realt del, anche nostro paese, Brasile. In Italia si dice che chi felice pazzo, allora direi che tutti in famiglia siamo mezzo matti. Per quanto riguarda il Comites sono entrato a far parte di um gruppo chiamato Movimento Azione e Partecipazione la cui proposta era uma pi grande comunicazione fra la comunit italiana della circoscrizione consolare e il suo Comites, utilizzando le moderne tecnologie". Cos Salvador Scalia, Presidente del COMITES di Recife, il quale ieri ha diramato una nota di denuncia delle varie difficolt di accesso alla cittadinanza da parte delle seconde generazioni, "le file ai Consolati, qualche volta l'impossibilit ad accedere ai Consolati" (Discendenti di Recife: "anche noi siamo italiani" In 500mila in fila davanti ai Consolati News ITALIA PRESS N 92 del 21 maggio 2007).
"Qui le distanze sono grandi e la nostra la pi grande circoscrizione consolare italiana al mondo, comprende 12 stati (regioni) del Nord e Nord Est brasiliano, inclusa tutta la Amazonia" continua Scalia. "Noi membri Comites siamo stati eletti e poi gli eletti mi hanno eletto presidente. Cos sono il responsabile della esecuzione del nostro programma di comunicazione che punta a dare agli italiani informazioni sul sistema di rappresentazione (Comites, CGIE, parlamentari all' estero) che tanti non conoscono e allo stesso tempo integrare la comunit, siamo circa setemilla italiani dispersi in un territorio immenso. A questo proposito abbiamo creato un sito( www.comitesrecife.com.br) , e siamo stati i primi a farlo, stiamo provando ad avere un catalogo di indirizzi e e-mail di tutti della comunit per poter inviare informazioni e creare um gruppo virtuale dove discuttere i nostri problemi e sviluppare progetti. Non facile. Il nostro lavoro al Comites volontario, non posso dedicarmi totalmente a questa attivit, avr bisogno di aiuto e partecipazione. La qualit della azione del ComItEs dipende dalla qualit della partecipazione della comunita e poi cos non solo per quanto riguarda il Comites".

Il problema che lei ha sollevato quello relativo agli oriundi, ovvero alle seconde e terze generazioni.
Il testo Anche Noi Siamo Italiani stato scritto da Ariel Stenius Mora, che oriundi e risiede a Brasilia. Lui fa parte di um gruppo virtuale chiamato Sobrenomes Italianos (Cognomi Italiani) del quale partecipo anch'io. Ho conosciuto il Sobrenomes Italianos per caso e il loro lavoro mi ha colpito. Senza fine di lucro i membri pi esperti aiutano nelle ricerche genealogiche fondamentali per ottenere i documenti necessari alla regolamentazione della cittadinanza italiana. Sempre che un membro riesce ad ottenere un documento di un antenato italiano, riceve una risposta positiva del Comune d'origine, fa un vero e proprio rapporto emozionato e felice a tutto il gruppo. Confesso che varie volte ho pianto leggendo questi racconti e cos ci sono entrato anch'io. Molti di questi membri hanno gi fatto la richiesta di riconoscimento di cittadinanza ai Consolati e altri tanti ci sono riusciti. La mia partecipazione discuttere politica con il gruppo . Tutti sono coscienti di che dopo aver cercato e messo insieme tutti i documenti necessari, lavoro che a volte ci vogliono anche quattro anni, dovranno aspettare addirittura 30 anni perch il consolato finalmente regolarizze la cittadinanza. Conveniamo che assurdo, surreale, giacch trattasi di un diritto chiaro e certo. Allora il grupo ha deciso di muoversi. Ariel si incarito di fare il testo e i membri, in modo organizzato, stanno inviando a tutti i parlamentari italiani, ministri e membri del Governo, ai media, con l'obiettivo di provocare una pi grande attenzione al problema e chiss una soluzione definitiva.

Quanti sono gli oriundi che hanno questi problemi in Brasile e quanti vogliono accedere alla cittadinanza italiana?
In Brasile ci sono 28 milioni di oriundi, perfettamente integrati alla vita brasiliana. facile integrarsi in Brasile. La tradizione dello "ius solis" in pratica molto forte, basta nascere in Brasile e si considerati brasiliani senza nessun tipo di ma o perch riguardante l'ascendenza. Io stesso non ho mai avuto alcun tipo di problema perch figlio di stranieri, sono perfettamente brasiliano agli occhi di tutti i brasiliani. In pi, l'Italia popolare in Brasile. La canzone romantica italiana, i film, le telenovelas incentrate sulla vicenda degli italiani che sono venuti in Brasile durante la "Grande Immigrazione", hanno sempre avuto successo. San Paolo la pi grande citt italiana fuori Italia, Garibaldi venuto qui e si sposato con la brasiliana Anita, la ione per il calcio sport nazionale qu e l, la partecipazione importante degli italiani alla costruzione dell'industria brasiliana, tutto questo ci avvicina. I brasiliani ammirano e amano l'Italia, ma l'Italia e gli italiani ignorano questo amore. Non fosse cos l'integrazione fra i due paesi sarebbe pi intensa e potr essere quando l"italia corrisponder, il che sarebbe buono per brasiliani e italiani. Gli oriundi brasiliani vogliono la cittadinanza italiana perch oltre ad averne diritto ai sensi della legge n.91, 5 febbraio 1992, amano la loro ascendenza italiana come bene spiega il manifesto scritto da Ariel Stenius Mora. Abbiamo 500 mila processi di regolarizzazione di cittadinanza nei consolati. Al massimo arriveremo a 1,2 milione di richieste. E fra questi, pochi proveranno un'immigrazione di ritorno. Ma la grande maggioranza vuole s conoscere meglio le origini, le citt da dove sono venuti, integrarsi alla realt italiana anche vivendo in Brasile. Tutto dipender anche dalle risposte, , del governo e del popolo italiano.

Perch si desidera la cittadinanza italiana?
Quando mi chiedono questo rispondo che non questa la questione: volere una cittadinanza. Italiano si nasce, la legge chiara riguardo questo.Quando stata approvata la legge n.91, 5 febbraio 1992, la novit si diffusa rapidamente fra gli oriundi e molti hanno voluto esercitare il diritto legale e legittimo di essere italiani. In verit quello che accade che vengono promulgate leggi che dopo non vengono applicate, cosa abbastanza grave.

Lei sa che il Parlamento italiano lavora alla revisione della legge sulla cittadinanza. Bene, cosa ne pensa di questa revisione e cosa secondo lei deve contenere?
Per quanto riguarda la naturalizzazione degli immigranti sono favorevole, con prerequisiti e criteri rigidi di integrazione secondi i modelli americano e canadese. Sono favorevole all'introduzione dello "ius solis" come in Brasile e in America e gli italiani devono farla senza preconcetti perch funzioni. Deve essere corretto il fatto che solo figli di madre italiana nati dopo il 1948 hanno diritto alla cittadinanza. Deve essere permesso agli italiani naturalizzati di riavere la cittadinanza senza scadenze. Mi pare che la revisione verr fatta in questi termini.

Lei parla di tempi lunghi per l'ottenimento della cittadinanza, da cosa sono determinati questi tempi lunghi?
Il governo dice che la richiesta di regolarizzazione di cittadinanza stata oltre al previsto (il che gi uno sbaglio confesso) e ha sovraccaricato le strutture. Altri dicono che c' resistenza dalla parte del governo nell'applicazione della legge perch a loro avviso crea milioni di nuovi cittadini italiani che pagano le tasse e vogliono solo un aporto della Comunit Europea per poter girare e andare alla Disney pi facilmente. Io credo che ci siano dubbi e manchi la buona volont, inclusa quella politica. Gli oriundi devono essere visti non come un problema, ma come opportunit e potenziale, che se ben trattati dal governo giover allo sviluppo economico e al processo di globalizzazione italiani.

In Brasile ritengo che il problema principale sia distanza delle sedi consolari, corretto?
La distanza non il problema in questo caso. La rete consolare italiana ha problemi e non solo in Brasile e non solo a causa dei processi di regolarizzazione di cittadinanza. Gli italiani devono farci caso. La rete consolare serviva a un ato quando non si viaggiava tanto per affari o turismo. Non sono stati fatti gli investimenti necessari a questi nuovi tempi di mobilit, globalizzati. E se non verrano fatti con urgenza, noi gli italiani, avremo difficolt quando avremo bisogno dei servizi consolari all'estero. Il consolato a Recife un chiaro esempio. Tutti i giorni ci sono file di italiani bisognosi di servizi oppure brasiliani in cerca di visto per studio o affari. E le file aumentano. Dico che gli addetti del nostro consolato sono degli eroi italiani perch si lavora troppo e in ritmo di emergenza. Sono preocuppato per la loro salute perch il livello di stress alto. Ho sentito da un senatore italiano che la nostra rete consolare quella di un paese serie B, ed vero. Dobbiamo lavorare per tornare alla serie A.

Quanti sono gli oriundi in tutto il Brasile che hanno fatto richiesta di cittadinanza e che la stanno aspettando?
Abbiamo 500 mila processi di regolarizzazione di cittadinanza nei nostri consolati. Possibilmente raggiungiamo 1,2 milione.

La cittadinanza dar tra il resto diritto al voto. Lei ritiene che gli oriundi che avranno ottenuto la cittadinanza parteciperanno al voto?
S. Gli oriundi sono gi la maggioranza degli elettori italiani in Brasile. La nostra partecipazione alle elezioni stata considerevole e lo sar sempre di pi a patto che venga perfezionato il processo elettorale.

Lei ritiene che lo Stato italiano stia frenando l'accesso alla cittadinanza? e se si perch? quali le motivazioni?
S. I motivi sono il dubbio, la paura dello sconosciuto, di che questo accesso considerato eccessivo venga a pregiudicare l'Italia e porti scontento agli elettori italiani.

Ritiene che in Italia si voglia evitare che una massa enorme di italiani di seconda e terza generazione che non conoscono l'Italia possano votare propri rappresentanti in parlamento e per tanto essere determinanti nel processo elettorale sulla Circoscrizione Estero ripartizione America Meridionale?
S, questa paura c', ho gi sentito italiani di Italia che dimostrano questa preoccupazione. Io dico che una preoccupazione senza motivo. I nostri parlamentari dell'America Meridionale fanno un buon lavoro in Parlamento. Ci portano nuovi punti di vista, nuovi atteggiamenti. Questa una esperienza unica al mondo e deve essere accompagnata da vicino. Penso che la partecipazione dei parlamentari italiani residenti all'estero sia positiva per la politica italiana. Ci tengo a affermare che gli elettori oriundi sono maggioranza in America Meridionale e sono stati loro ad eleggere i nostri rappresentanti.

Lei ritiene che gli italiani di prima generazione abbiano interesse, magari sempre per la questione voto, a frenare l'accesso alla cittadinanza da parte degli oriundi?
Pu darsi, ma il fatto che gli oriundi sono gi maggioranza.

Come Comites cosa state facendo per tentare di dare una svolta alla questione?
Bisogna informare la gente, fare l'informazione arrivare a tutti gli italiani del Brasile, e questo non facile, e allo stesso tempo stimolare una maggior partecipazione positiva e costruttiva della comunit.

Il Vice Ministro Danieli in visita in Brasile, voi avete potuto farle avere le vostre lamentele in materia?
Quando il Presidente Prodi venuto in Brasile ha chiesto una riunione con i presidenti dei vari Comites e membri del CGIE. Ho partecipato a questa riunione avvenuta a San Paolo. Abbiamo consegnato i rapporti di sempre, sui vecchi problemi mai risolti. Il fatto positivo che Prodi ha voluto sentirci. Il vice ministro Danieli si propone a incontrare i Comites, la riunione con quello di San Paolo, da quanto so, andata bene. Accompagno le sue dichiarazioni e interviste e credo che sia un uomo intelligente, serio, responsabile e soprattutto uno di buona volont. Credo che se non cade il governo Prodi, portando via Danieli, molit dei nostri problemi saranno risolti.
News ITALIA PRESS

55 ANNI DI ATTESA...

A REPORTAGEM FEITA PELA JORNALISTA MARIA MANSO (REDE GLOBO - 30/03/2007)

O TEXTO DA MATRIA

REPERCUSSO NA ITLIA

REPERCUSSO NA ITLIA2

DEBATE NA RAI COM BASE EM NOSSA CARTA/MANIFESTO ENVIADA POR JULIA VALLADA

ABAIXO-ASSINADO DE INICIATIVA DO COMITES/BRASIL (NO DEIXE DE , POR FAVOR)